2024: o ano da presença

O último dia do ano de 2023 foi bem gostoso. Tomei café da manhã com a minha filha e meu marido e ficamos um pouco de bobeira por casa. No meio da manhã, o meu celular ficou sem bateria e eu fiquei sem vontade nenhuma de colocar para carregar.

E isso me carregou de energia para fechar o ano.

Fomos a casa dos meus pais à casa dos meus pais almoçar e, na volta, enquanto a Maria e o Bruno tiravam um longo cochilo da tarde, eu me vi sem saber exatamente o que fazer. Afinal, eu não teria como ficar rolando o feed do Instagram naquele tempo livre, assistindo Stories de Capão e Trancoso ou vídeos com trilha sonora duvidosa.

Foram poucas horas, mas o suficiente para assistir ao documentário do Mark Manson chamado “A Sutil Arte de Ligar o Foda-se”, ler algumas crônicas de “O Livro do Conforto” e – principalmente – ficar deitada na rede da varanda, olhando o céu azul e as lindas folhas da figueira chilena dos fundos da casa… pensando no ano que passou, agradecendo a Deus por ter sido um bom ano e absorvendo uma paz que eu não tinha experimentado nos últimos tempos. Talvez seja essa coisa de fim de ano mesmo, talvez tenha sido o silêncio que as ruas da minha pequena cidade se encontravam, ou talvez seja por que os estímulos estavam controlados. Não havia ansiedade, nem comparação. Só havia uma grande vontade de levar esse sentimento junto para o ano que batia na porta.

Hoje, 10 dias depois, me peguei voltando para essa página esquecida por quase 6 anos, afinal, quem é que escreve blog hoje em dia? Um página vazia. Sem likes. Sem vídeos rápidos. Sem, sequer, visualizações. Um lugar que posso escrever bem mais do que um Tweet (como se fala agora que o Twitter virou X? bem, nem preciso saber, pois de lá sai faz alguns meses). Um lugar que volta e meia eu volto e, sempre que voltei, foi muito bom. Acho que escrever sobre esse último dia de 2023 foi muito bom. Acho que registrar aqui livros, filmes, ideias, artes, vai ser muito bom.

Quero aproveitar esse ar de novo ano para focar no que me alimenta internamente: tempo de qualidade com a minha família, realizações, exercícios, cultura, conhecimento, bons momentos, presença.

Que esse ano, eu me recarregue muito mais do que recarregue o celular.

PS: Coincidência, ou não, acabo de pegar o meu celular e ele está sem bateria.

PS2: O Twitter não é mais compatível com o WordPress.

Viaduto 13 | O mais alto das Américas

Há dias que o sol não brilhava e esquentava no nosso inverno gaúcho. Por sorte, ele voltou bem no domingo de dia dos pais, abençoando a nossa aventura em família.

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Tips Viaduto 13:

  • Foi construído pelo 1º Batalhão Ferroviário do Exército Brasileiro durante a década de 1970
  • Tem 143m de altura
  • É o maior viaduto ferroviário das Américas e o terceiro mais alto do mundo
  • Não há nenhuma infraestrutura para receber os visitantes no alto do viaduto, pois é proibido o acesso no local
  • A vista é de tirar o fôlego!

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  • Não deixe de contemplar a Mata Atlântica, as cachoeiras e rios que cercam o viaduto
  • Há apenas alguns bares muito simples nos arredores, mas que garantem água gelada, pasteis fritos na hora e boas conversas com os locais

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L.A. Stories I

Na semana passada embarquei para uma viagem praticamente surpresa, que foi planejada por loooongos QUATRO DIAS (!). Foi tudo tão rápido, desde que soube da viagem, até a volta, que mal deu tempo de parar pra pensar. Meus pais já estavam com a viagem agendada há meses quando meu pai comprou as passagens para eu ir junto. Foi TÃO emocionante que eu nem acreditei quando ele me contou. Ir para L.A. estava no topo da minha wish list de viagem e foi, sem dúvida, a surpresa mais linda que já recebi na vida. OBRIGADA, PAI!

É importante dizer que seis dias na grande Los Angeles não torna ninguém conhecedor da cidade, por isso, farei uma série de posts intitulados “L.A. Stories” com histórias, registros e curiosidades dessa viagem divertida e cheia de afeto. Começando por uma menos óbvia:

O TREM

Era segunda-feira. Saímos do hotel dispostos a ir de Long Beach, onde estávamos hospedados, à Beverly Hills de trem e, a partir de lá, fazer os trajetos menores de um ponto a outro de Uber. Estávamos entre 5: meu pai, minha mãe, a Roberta, o Fernando e eu.

Essa foi a primeira vez que voltei aos Estados Unidos depois da minha temporada em Nova York e foi fácil comparar. Se pegarmos o sistema de transporte, por exemplo, temos duas situações completamente opostas. Se em NYC a cidade inteira anda de metrô (desde o executivo morador do Upper East Side, até a estudante brasileira com budget limitado), em Los Angeles a maioria da população anda de carro. E olha que a cidade só perde para Nova York no número de moradores.

Ir ao norte foi barbadinha, considerando que a nossa estação era a última ao sul, ou seja, só subir pela linha azul. No caminho, vimos claramente que quem usa esse meio de transporte na cidade é praticamente a população mais pobre. Mas sabe o que é legal de pegar transporte público? Além de entender como a cidade funciona, ver e conversar com as pessoas que realmente vivem essa realidade e, indo além, pensar sobre a realidade da própria cidade/país. Passei um tempo da viagem conversando com um local e ele me perguntou como era o transporte público no Brasil. Ele riu quando eu falei que em São Paulo tem tanto trânsito quanto ali, dizendo que era impossível. De fato, Los Angeles (agora eu sei) ocupa o 1º lugar no ranking de cidades mais engarrafadas do mundo. SP está em 6º. Uma das soluções que criaram para minimizar um pouco o trânsito foi criar uma pista exclusiva para carros com mais de 4 pessoas, para incentivar o transporte coletivo.

O amigo do trem sugeriu uma rota para chegarmos ao nosso destino e, na saída do trem, na estação 7th/Metro, ainda tínhamos dúvidas se daria certo. Vendo cinco turistas meio perdidos, mais um senhor surgiu para nos ajudar. Sugeriu pegarmos um ônibus, pois as linhas do metrô abrangem pouquíssimas áreas da cidade. No fim das contas, sem tempo para perder e já bem menos longe do que no nosso ponto inicial, resolvemos pegar um Uber mesmo.

Pula pra noite.

Depois de um dia inteiro de turismo (próximos posts) e mil Ubers pra lá e pra cá, jantamos tarde ainda ao norte da grande Los Angeles, mais precisamente em Glendale. No restaurante (fomos super originais e comemos no Outback), fui até a recepcionista perguntar sobre a estação de trem mais próxima. Estava ela, uma menina que estava sendo treinada e mais um cara que ficava na porta. Quando eu pedi pela estação de metrô mas próxima, os três se olharam e depois olharam para mim como se eu fosse um extraterrestre. Eles fizeram questão de dizer que usavam apenas carro e não conseguiram me indicar uma estação. A garçonete que estava nos atendendo também não sabia nos informar, mas veio, depois de alguns minutos, com um papel com o nome de uma estação: Glendale Station.

Pedimos um Uber até a estação indicada. No meio do caminho, notamos que as ruas e calçadas ficavam cada vez mais desertas. Eram quase 10h da noite daquela segunda, estávamos cansados e há pelo menos 1h de carro do hotel. Quando o Uber parou na frente da estação deserta, todo mundo se olhou e, do nada, absolutamente todos nós cinco começamos a tagarelar desesperadamente dentro do carro. Eu tentando falar com o motorista japa que mal falava inglês, no nervosismo de ter que descer naquele lugar, não conseguia entender nada que ele falava. Pedi pra ele esperar, que pediríamos outra corrida no app, mas ele mal conseguia explicar que já tinha aceitado outra corrida. Quando eu finalmente entendi, saímos todos do carro o mais demoradamente possível.

A estação era parecida com a que pegamos na mesma manhã, até a máquina de cartão era igual. Mas ela simplesmente não tinha as mesmas opções da primeira.  É engraçado a forma que essas cenas estão gravadas na minha cabeça. Eu tava tão focada em falar com o motorista e depois comprar os bilhetes que não ouvia nada que o resto do pessoal falava. Sei que meu pai estava achando super engraçado o nosso medo, tirando a maior onda da nossa cara. A Roberta estava super atucanada. O Fernando estava tentando manter a calma. Minha mãe só tentava me instruir em tudo, mandando eu fazer ou não fazer as coisas. Pelo menos é assim que lembro: cada um num canto da plataforma, caminhando e falando uma coisa diferente. Não consigo não rir sozinha só de lembrar.

Pra ajudar, estávamos todos sem bateria, exceto pela Roberta, que tinha 1%. Acredite ou não, mas esse 1% milagroso foi suficiente pra chamar um Uber. O destino: a única estação que ela tinha gravado na cabeça: Vermont Sunset. Quando vimos um único carro se aproximar, ao longe, foi uma correria de: uns atrás do carro, de outros ficando para trás com medo… Quando finalmente estávamos todos sãos e salvos, foi inevitável rir desses minutos de pavor. Lembro de perguntar para o motorista que nos largou na estação se era perigoso ficar ali, ele disse que não, mas a sensação que tínhamos era de que ele tava mais com medo da gente do que preocupado com a nossa situação.

Agora, escrevendo esse post, fui até o Maps do Google ver a rota que ele sugere da Glendale Station até Long Beach na opção metrô. De fato, nunca iríamos conseguir sair dali de trem:

Rota Glendale Station - Long Beach

 

Pensa que acabou nossa saga? Deixando de lado o detalhe que eu me perdi do grupo e fui parar na plataforma contrária do trem que estava quase saindo pela última vez no dia (Corra, Duda, Corra), estávamos finalmente na linha azul descendo à Long Beach. Estávamos no primeiro vagão, que estava bem lotado. Era visível que, com exceção da gente, as demais pessoas estavam voltando de seus trabalhos, cansadas. Me afastei dos meus pais e da Roberta e Fernando para sentar na primeira fileira de bancos. De pé, do outro lado, uma mulher talvez um pouco mais velha que eu elogiou meus tênis. Na minha frente, um cara grande, com calças largas com metade da cueca azul aparecendo, não parava quieto.

Quando paramos na primeira estação depois de um longo tempo, esse homem que estava de pé na minha frente correu para fora do vagão e, sem o menor pudor, começou a fazer suas necessidades number one pro outro lado da plataforma. Eu e a minha nova amiga que elogiou meus sapatos, nos olhamos com aquele olhar de nojo e incredulidade. Enquanto ele voltava pro trem, o maquinista, que obviamente viu tudo, fechava as portas. O mijador enlouqueceu, se pendurou no trem em movimento, bateu nas portas e, quando ele já estava quase sendo levado pra fora da plataforma pelo trem que andava bem devagarinho, desistiu.

Quando paramos na estação seguinte, o maquinista apareceu na janelinha e falou com a minha amiga. Aí entendi o desespero do cara: um pé do seu tênis havia ficado dentro do vagão! Pra encerrar a história, ela deu um chutão no tênis para fora, que acabou parado a poucos milímetros de cair pro outro lado da plataforma. Todos rimos.

Por que comecei essa série de posts falando sobre transporte público? Por que são essas histórias que fazem tua viagem ser única! Passar por isso com pessoas legais, sair de perrengues, compartilhar essas experiências, aprender… tudo isso acaba fazendo tão parte da viagem quando encontrar a tua estrela preferida na Calçada da Fama. E, confesso, são minhas histórias preferidas. Chegamos cansados, felizes e satisfeitos por tantas aventuras nesse dia mágico que eu mal comecei a contar sobre.

No próximo post: Rodeo Drive, casa do Michael Jackson, a louca do mapa das casas dos famosos e maisssss

Como é o DAY SPA no TOUR LIFE

Descobri há algum tempo, que o melhor presente que tu pode dar para alguém é experiência. Acredito que existem várias formas de fazer isso, desde as mais simples, como uma tarde inesperada num parque, até as mais sofisticadas. No meu aniversário desse ano (em julho), meu mozão, mais conhecido como Bruno Andrade ❤, me presenteou com um dia i-n-t-e-i-r-i-n-h-o de cuidados, massagens, relaxamento… Na época não consegui fazer, pois estava cheia de trabalhos, e decidi que faria em outubro. Acabou não rolando em outubro e, finalmente, na sexta passada fui pro meu Day Spa no Spa Tour Life de Montenegro!

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Dia fresco e com bastante chuva. Cheguei cedinho. Recebi uma ecobag com roupão, toalha, kit de sabonetes etc e uma camiseta. A proposta é a seguinte: como tu faz vários procedimentos durante o dia todo, o ideal é pôr biquíni e se cobrir com o roupão, fofo e quentinho. Foi assim que eu passei o dia inteiro.

Pra começar mega bem o dia, fui para a massagem ayurvédica que só fazia eu pensar, em looping: “que coisa louca / quero ir pra Índia / que coisa louca / quero ir pra Índia”. haha É que, além de massagem com óleos, a técnica indiana também trabalha com alongamento e pressão (feita com o peso do corpo da própria massagista). O cheiro dos óleos e a trilha sonora indiana fazem um clima perfeito de relaxamento. Ayurveda é um conhecimento médico desenvolvido na Índia há cerca de 7 mil anos, o que faz dela um dos mais antigos sistemas medicinais da humanidade. Sem dúvida, foi a melhor forma de começar o dia!

Segui com meu roupão para outra parte do complexo, onde fiz uma máscara de argila tomando um suco verde, enquanto minhas pernas eram massageadas por um massageador eletrônico. Nessa hora eu mandei WhatsApp pro Bruno perguntando: já pode morar aqui?

É muito legal que tem sempre alguém cuidando de ti e todos os profissionais são muuuuito queridos! Depois da máscara, fui levada para a câmara de infravermelho longo, apelidada carinhosamente de forninho. Logo quando me explicaram o que ela fazia, pensei “ah, ok”. Mas foi surpreendentemente gostoso. A máquina acelera o processo de renovação celular, melhora a circulação sanguínea, reduz pesos e medidas, diminui a produção de ácido láctico (fadiga muscular), além de proporcionar um sono tranquilo e profundo. Eu nem preciso de tudo isso pra dormir, aí adiciona a chuva caindo lá fora… zZzzzZzz Quando eu ouvi os passos da Dani vindo me buscar, quase pedi só mais cinco minutinhos.

Já era quase meio dia e eu já tinha ficado sabendo, durante a manhã, que nas sextas sempre tem o melhor almoço da semana, além de servirem vinho orgânico produzido pela própria família dona do spa para um brinde. Nesse momento, todas as pessoas que estavam fazendo o spa, tanto da semana quando do dia, se reúnem. Muito legal para trocar ideia, principalmente por que o pessoal que passa a semana, vive uma experiência bem diferente de desintoxicação e jejum.

Começamos o almoço com uma salada no estilo que eu amo: super crocante, bem temperada, cheia de sabores e cores. Uma delícia! Depois, rolou uma galinhada de galinha caipira e pudim fit que pareci fat de tão gostoso.

Depois do almoço temos um tempinho livre. O pessoal que estava fazendo o Day Spa foi todo para a sala dos espelhos, mas como era uma galera que se conhecia, estavam mais animados/agitados e numa outra vibe. Acabei pegando o guarda-chuva e fui passear pelo spa. Mesmo com chuva, ele estava lindo, com aves enormes de todos os tipos caminhando tranquilamente, cascatinhas, mata preservada, laguinho com enormes peixes coloridos, um grande açude… Sabe quando tu entra em conexão contigo mesma? Foi isso que esse momento proporcionou. Acho que tudo é uma questão de ir entrando no clima e abrir o coração para aproveitar ao máximo a experiência. Além disso, se permitir. #reflexões

Buenas! Depois desse momento quase espiritual, foi a vez de mais uma massagem incrível: bambu massagem. Além de relaxante, ela também faz uma espécie de drenagem linfática, apesar de não ser nada dolorida. A massagem facial depois foi tãoooo boa também! Só tem um grande problema: ela acaba. Mas o dia ainda não tinha acabado e dali eu fui pra gomagem (não sem antes tomar um chá quentinho).

A gomagem é bem engraçada a princípio: é passado um óleo de laranja com sal grosso por todo corpo e, depois, ele é literalmente embalado com um plástico. Mas o aroma de laranja, aquela sensação boa de óleo na pele e o quentinho proporcionou mais um belo cochilo no dia.

Com a pele super hidratada e cheirosa, foi hora da ducha escocesa e circular. A circular é uma delicinha, com jatos fininhos de água vindo de inúmeros pontos em direção ao teu corpo. Já a escocesa é pros fortes, já que o jato d’água em direção ao corpo é mais forte ainda. Ela promove drenagem linfática, mas realmente eu dispensaria. A cena deve ter sido engraçada, por que, além da dor do jato, eu também fiquei com cosquinha. hahah

Pra terminar o dia, fui para a piscina aquecida fazer ai chi. O ai chi é uma técnica japonesa que mistura movimentos de artes marciais e meditação dentro d’água. Foi muito legal conhecer e fazer os exercícios, que exigem bastante concentração. Depois ainda ficamos conversando: o professor, a mulher que fez comigo e eu sobre meditação, controle da mente etc. Não sou conhecedora, mas acho o assunto super interessante.

Depois desse dia de princesinha, até o sol deu as caras no entardecer. Voltei flutuando para casa e muito agradecida por um dia tão especial.

❤️❤️❤️

E aí? :) Está gostando dos posts? Deixe um feedback pra eu saber! Eu amo compartilhar experiências e registrá-las para o futuro (faço isso desde meus 10 anos de idade, quando escrevia no meu primeiro diário, hábito que só parei quase 10 anos depois). Nos próximos dias embarcarei para uma viagem incrível! Quer post? Vídeo…? Vem falar comigo! huhu Beijos!

Giordani Gastronomia Cultural: belo restaurante no Vale dos Vinhedos

Domingo abafado e nublado em Pareci Novo. Era quase meio dia quando decidimos sair de casa para almoçar. Minha família particularmente adora sair de carro sem lugar certo para ir. No caminho, meu pai lembrou de um cliente que de vez em quando o convidava para conhecer o restaurante da família.

Entrando no Vale dos Vinhedos, logo vimos o outdoor: Giordani Gastronomia Cultural. A foto da fachada já me deixou super empolgada. Trata-se da reconstrução da casa dos antepassados da família, feita com madeira de antigas pipas de uma vinícola da região (fato que viemos a saber depois).

Seguimos as placas até o restaurante, passando por vilas, queijarias, igrejas… Tudo muito convidativo. Ao chegar, somos contemplados por uma vista linda dos vales e também por uma temperatura bem mais agradável. Nada como os ares serranos… Até o céu estava azul! Parada para tirar foto, enquanto o meu pai ia ao encontro do seu amigo e sua família (os irmãos Giordani moram todos em volta do restaurante, assim como o patriarca da família). O papo foi longo e, enquanto isso, minha mãe, minha irmã Luíza e eu aproveitamos para um brinde no jardim lindo e acolhedor em frente ao restaurante. Escolhemos uma espumante Casa Valduga. Uma delícia!

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IMG_0736.jpgMeu pai voltou com a história completa: Sr. Giordani pai foi quem construiu, com suas próprias mãos, a casa. A Sra. Giordani ia para cozinha até pouco tempo atrás e não deixa de conferir, todo domingo, se ela está em ordem. Esse ambiente familiar está em todos os detalhes dentro do restaurante, desde a recepção, passando pela comida, até o tratamento dos garçons.

Falando em comida, o drink abriu o apetite e, aos 45 min do segundo tempo, entramos para almoçar. Já eram quase 3h da tarde e fomos uns dos últimos a sentar para almoçar naquele domingo. Mesmo assim, a comida surpreendeu! Eles servem sequência de massas e grelhados, mas não sem antes oferecer a típica sopa de capeletti. Amo.

A melhor parte do almoço ficou por conta da polenta brustolada com generoso queijo dourado por cima. Sensacional! Entre as massas, o tortéi com molho de frango e o espaguete ao sugo foram meus preferidos. O espaguete à carbonara não me agradou tanto. Já as carnes, estavam perfeitas (mesmo que não tenham sido meu foco principal nesse almoço #carbolover).

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Se tu tiver condições de comer sobremesa, eles servem doces típicos: sagu, creme, ambrosia, biscoitos, café e chá de boldo (confesso que tiver olhar no site deles, pois não cheguei a cogitar comer sobremesa depois da fartura que foi esse almoço).

Mais gordinhos e mais felizes, depois de várias horas bem aproveitadas num domingo despretensioso, descemos ao Vale do Caí. No caminho, parada para compra de morangos e feijão na tenda de estrada em Bom Princípio, com um bônus: o vendedor conhecia meu pai e ficou muito emocionado de encontrá-lo, pois ele o ajudou em tempos difíceis.

❤️❤️❤️

E aí? Está gostando de ler os posts? Deixe um feedback pra eu saber ;)

5 dias em São Paulo!

Com esse texto, volto a postar no blog conteúdo novo pelo menos uma vez por semana :)

Minha mãe e eu viajamos para São Paulo no dia 20 de outubro para irmos ao show do U2 no domingo, dia 22. Apesar do show ser o motivo central da ida, desde que compramos os ingressos já decidimos aproveitar e conhecer melhor a cidade. Minha vontade de turistar por lá foi surgindo com o tempo e cada vez mais eu colecionava lugares para conhecer quando fosse.

Planejei tudo, desde os horários dos voos, até o restaurante de cada dia. Esse processo pra mim é tipo “viajar antes de sair de casa”. Amo! E com o roteiro pronto, fica mais fácil escolher desde o bairro onde se hospedar, até quais roupas levar. Confesso que tenho uma fórmula super legal de roteirizar e organizar uma viagem, mas isso fica para um próximo post.

 

DIA 01

Saímos de Porto Alegre às 14h de sexta (horário milimetricamente pensado pro meu pai conseguir nos deixar no aeroporto). Fomos de LATAM, voo bem de boa e chegamos em São Paulo 15h30. Aí vai a dica #01 da viagem: esquece táxi! Eu até tinha ouvido isso antes de ir, mas não sabia que pra ir do aeroporto até o apartamento de táxi custaria 150 reais, enquanto de Uber foi 69. De cara já pegamos um motorista muito simpático, que foi contando curiosidades da cidade com seu sotaque paulistano. Eu acho muito legal essa troca, conversar com quem conhece o lugar e mesclar a tua visão com a da pessoa local.

Apesar do voo POA – SP ser curto, toda a função de aeroporto, deslocamento, mala (…) cansa. E já passava das 16h quando finalmente chegamos na nossa hospedagem. Escolhemos ficar num flat muito fofo no Jardins que encontramos no Airbnb, que além da ótima localização era super aconchegante. Ele também contava com serviço de quarto uma vez por dia, ou seja: o conforto de um apartamento com a comodidade de um hotel. Como deixamos para decidir um pouco em cima da hora e a cidade estava lotada de gente em função do show, também foi o melhor custo-benefício.

E bom, já que estávamos em São Paulo, que começassem o jogos!  🍕 🍕 🍕 Ficamos alguns minutos carregando o celular e reconhecendo o apartamento, mas logo em seguida já partimos para a primeira parada gastronômica do nosso roteiro: La Guapa. Confesso que eu estava com uma enxaqueca dos infernos, então, na realidade, a primeira parada foi uma farmácia mesmo. haha O La Guapa do Jardins fica no segundo andar da Livraria da Vila e foi colocar o pé lá dentro pra enlouquecer com o cheiro incrível de empanada no ar.

 

A ideia era tomar um café, comer uma empanada, passear e depois jantar. Começamos comportadas. Minha mãe pediu frango caipira livre com legumes e ervas frescas e eu pedi a porteña (suculenta combinação de dois queijos com tomates assados e manjericão fresco), cafezinho e um alfajor. As duas estavam ótimas, mas a menção honrosa fica pra porteña. Foi, sem dúvida, o melhor recheio de queijo da vida, que fez com que a minha mãe me convencesse a pegar mais uma empanada pra cada uma, já que ela queria uma porteña pra chamar de sua. Dessa vez, peguei pra mim a pucacapas (cebolas caramelizadas levemente apimentadas e queijo derretido). Sim, ela é tão maravilhosa quanto sua descrição. Aí eu fico pensando… como seria bom ter um La Guapa na esquina de casa!!! O alfajor é também uma delícia, o cheiro de chocolate meio amargo é surreal. Perfumou tudo em volta da gente. Se já éramos admiradoras da Paola Carosella por sua postura e inteligência, depois de conhecer suas empanadas viramos fãs!

Como nos empolgamos nas empanadas, decidimos não sair pra jantar e ir até o flat a pé, sem pressa. Sabe aquela simples decisão maravilhosa? Foi essa. Sexta-feira, horário de verão, temperatura mega agradável, um bairro lindo, bares por todos os lados… Me apaixonei pelo clima de um restaurante em especial, o MYK com sua arquitetura de inspiração grega e suas velas e flores sob as mesas na calçada. Fica para a próxima.

Antes de entrar no apartamento, passamos no Pão de Açúcar da esquina, compramos umas comidinhas para beliscar mais tarde, vinho e café para os dias seguintes. Voltando com as compras, sentindo cheiro de comida no ar daquela sexta-feira feliz, o coração ficou quentinho. Chegamos cansadas, porém felizes e prontas para respirar mais os ares paulistanos pelos próximos dias.

DIA 02

Fazer turismo é pular da cama às 8h da manhã feliz da vida, não é mesmo? Tomamos um café da manhã leve no apartamento, nos arrumamos e, antes de ir pra rua, descobrimos que a luz da sacada era ótima para selfies! Decidimos não pegar Uber e seguir nosso roteiro a pezito, aproveitando o caminho. De saída, minha mãe ficou um pouco tensa em relação a segurança e eu, olhando para uma babá com um carrinho, falei “capaz, mãe, tem até uma babá passeando com uma criança ali”. Naaa verdade, dentro do carrinho de bebê tinha mesmo um DOG! haha Como doglovers que somos, amamos… Mas foi engraçado…

 

Outra coisa legal de fazer turismo é achar tudo incrível. Desde a fachada de um restaurantezinho virando a esquina, até um enorme grafite numa parede. Esse olhar de fora e com o coração aberto deixa tudo mais bonito, né? Foi com essa vibe que caminhamos até a Oscar Freire. A primeira parada foi na Urban Arts, onde fomos recebidas pelo queridíssimo Michel que nos explicou como funciona a galeria e nos deixou encantadas pelo trabalho desenvolvido por eles. São mais de 30.000 obras disponíveis no site, onde tu escolhe onde ela vai ser impressa, como será finalizada etc. Além disso, eles também criam composições com artes diversas. Enfim, fiquei louca por várias obras, imaginando quando tiver minha própria casa.

Saindo da Urban Arts, fomos em algumas lojas, na Galeria Melissa (sou muito fã e tive que comprar mais uma pra minha coleção), pegamos a inauguração da Santa Lolla (com direito a espumante e compras), fomos ver o grafite gigante do Kobra na frente da Schutz… A rua tava lotada, gente pra todos os lados. Quando vimos, já passava do meio dia e era hora de mais uma experiência gastronômica.

Escolhemos almoçar no Dalva e Dito, um dos restaurantes do famoso chef brasileiro Alex Atala. E o primeiro restaurante estrelado a gente nunca esquece, né? A cozinha é comandada pelo chef Elton Júnior e é brilhante vê-lo trabalhar através do vidro que separa a cozinha do salão. Tivemos a sorte de sentar bem pertinho. Começamos com um drink enquanto aguardávamos a nossa mesa, o que demorou um pouco. Já acomodadas, pedimos o couvert, que não poderia ter agradado mais a minha mãe (louca por pão): um pão de milho deliciosamente macio e quente, manteiga Aviação, pão de queijo (também quentinhos), pasta de feijão com bacon, alho assado, compota de legumes, e quatro tipos de pimentas. Eu adoro pimenta, mas confesso que uma delas era bem mais ardida do que eu tô acostumada. haha O bom desse couvert é que tu fica um bom tempo descobrindo os vários sabores apresentados enquanto conhece melhor o restaurante, que é lindo.

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Foram vários minutos até decidirmos o prato principal. Partimos do pressuposto de que comemos carnes de gado maravilhosas no RS, então minha mãe foi de Confit de pato com purê de cará e eu foi pro mar, com Pirarucu na chapa com vinagrete de castanhas-do-pará. O meu prato era extremamente delicado, com cores lindas! A textura do peixe era incrível, com uma crostinha crocante e dourada. O vinagrete era bem diferente do que eu tinha imaginado, mas delicioso. Era uma bela mistura de sabores, ao mesmo tempo que cada pedacinho de cada ingrediente era extremamente gostoso. O prato da minha mãe estava com uma cara maravilhosa também, experimentei o purê de cará e era espetacular. Enquanto almoçávamos, vimos sendo servido na mesa ao lado o prato de filé-mignon, acompanhado de um purê de batata e queijo, que além de ser super apetitoso, era literalmente um show até ser levado ao prato.

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De lá, seguimos para o apartamento para um breve descanso depois de muita bateção de perna e depois fomos para a Avenida Paulista. Tirando o show do U2, uma das atrações que eu mais queria prestigiar era a exposição de Robert Frank no Instituto Moreira Salles. Ele é um fotógrafo extremamente importante que nos anos 50 produziu a série Os Americanos, retratando a vida nos Estados Unidos pós-guerra. Conheço relativamente bastante desse trabalho, pois estudei sobre ele na faculdade e no grupo de fotografia que eu fazia parte. Certamente é uma das obras que mais mexe comigo, tanto pela intensidade de cada fotografia, quanto afetivamente. É incrível essa conexão pessoal que cada um pode ter com uma exposição e, sério mesmo, ver cada fotografia fez meus olhos brilharem. Também me fizeram refletir sobre minha relação atual com a fotografia, mas isso fica para um próximo texto.

Esse post já está virando um livro, então vou tentar ser um pouco mais sucinta (se é que eu tenho essa habilidade). Bom, visitamos também outros trabalhos no IMS, destaque para o A máscara, o gesto e o papel da fotógrafa Sofia Borges. Na saída, acabei comprando uma edição de “Os Americanos” editada pelo próprio Instituto Moreira Salles e fomos caminhar pela Paulista. Ah! A entrada no IMS é gratuita.

Como uma ex-new yorker que hoje vive uma cidade de 3000 habitantes, confesso que deu pra sentir um ar nova-iorquino naquele fim de tarde de sábado. O pôr do sol na selva de pedra da avenida, o mar de gente, barulho, carros… Enfim, minha mãe e eu adoramos! Aproveitamos para tomar um frapuccino mocha no Starbucks sentadas na mesinha da calçada e curtir o movimento. Ficamos um bom tempo ali.

E depois de um dia que o almoço foi no Dalva e Dito, a janta não poderia ser… tão cara! haha Acabamos entrando no Shopping Cidade São Paulo, eu comi (o pior) Burguer King (da minha vida) e minha mãe pegou um prato mais light.

 

DIA 03

Domingo. 22 de outubro. Show. Do. U. 2!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Depois de um sábado super agitado, estendemos o sono na manhã de domingo. Afinal, todas as energias estavam reservadas para o show das nossas vidas. Tomamos café com tranquilidade, nos arrumamos vendo a chuva insistir em cair lá fora e decidimos almoçar no Eataly, já que era caminho para o Estádio do Morumbi.

Cidade lotada, domingo e chuva. O mercado italiano parecia um formigueiro de gente e o pior é que precisávamos almoçar antes de seguir pro show. Eu tinha uma expectativa enorme de conhecer o Eataly Brazil, mas a multidão de gente lá dentro e a perspectiva de nos atrasarmos para o show desencantou. As filas de espera estavam para mais de 1h e, por fim, acabamos optando por uma pizza pra comer na mão. Nisso, minha mãe encontrou uma mesa e, enquanto eu esperava na fila para pedir, eis que aparece um casal da nossa cidade. Justamente os que nos venderam os ingressos pro show! O mundo é realmente muito pequeno.

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Sobre a pizza: não era exatamente o que queríamos comer, mas não decepcionou. A massa, romana, tem fermentação de 24h, é assada no lastro do forno e fica bem sequinha. Pedimos a colosseo, que vinha com molho de tomate, mozzarela de búfala e majericão (a melhor, pra mim!), circo massimo, com molho de tomate, presunto cozido e mozzarella defumada e a piazza navona (molho de tomate, stracciatella e presunto de Parma). Surpreendentemente, essa fartura de pizza custou R$37 (eu cheguei a perguntar pro caixa “tem certeza?”) e eu e minha mãe saímos felizes e alimentadas. Também aproveitamos para tomar umas cervejas (essas sim, caras) com a Karine e o Manolito que encontramos lá e, então, nós quatro saímos para o show.

O Estádio do Morumbi fica dentro de um bairro mega luxuoso de São Paulo. Um motorista de Uber nos disse que o estádio já existia quando a área começou a ser tomada pelas mansões. E o choque de desigualdade social aparece no momento em que, do outro lado do estádio, fica a maior favela de São Paulo, a Paraisópolis.

Bom, chegamos no estádio cerca de 5h da tarde e não enfrentamos fila. Deu um pequeno problema com os nossos ingressos que molharam um pouco, mas no fim deu tudo certo. #momentosdetensão Ficamos perto do palco, colocamos capinha de chuva, tiramos capinha de chuva (1000000 de vezes), conversamos, tomamos mais cerveja, torcemos para não precisar ir fazer xixi, tiramos fotos… Enfim, foi uma ansiedade enorme e ao mesmo tempo passou super rápido.

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O show de abertura foi lindo, com o Noel Gallagher cantando Oasis e músicas próprias debaixo de chuva. Ouvia bastante Oasis na adolescência e algumas músicas me trazem lembranças boas, como uma viagem à Ilha do Mel em 2008. Lembro exatamente de estar deitada na rede da pousadinha com meu mp3 rosa da Sony cantando “please don’t put your life in the hands of a rock and roll band…”.

Mas o que interessa mesmo e o motivo de tudo isso foi o tão aguardado show do U2! Gente, eu falei a vida inteira que o único show que eu PRECISAVA ver na VIDA era esse. E aí ele tava ali, prestes a começar e eu estava ali, prestes a viver aquele momento. E ele começa perfeito: o som da bateria de Sunday Bloody Sunday, seguido da guitarra de The Edge e aquela voz que vem do dedão do pé do Bono Vox. haha Eu aguardei TANTO por isso!

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Foi sucesso atrás de sucesso, músicas que tocam a alma. É tudo hino né gente? E nessa missa eu cantei até não poder mais! Uma hora eu olhei para a minha mãe e ela falou, emocionada “É o melhor show da minha vida!” e olha que ela é bem mais frequentadora de shows do que eu! Arrepiei. O telão é um show a parte. Gigante! Os vídeos são um absurdo de tão bem feitos, de uma qualidade tão gigantesca quanto. Foi tudo perfeito. O show da minha vida.

Para ir embora, saímos da muvuca em torno do estádio e pegamos um táxi (pois não conseguimos Uber) e decidimos ir até o primeiro bar do caminho. Acabamos parando no Bar do Juarez e pedindo um tal de sanduíche Mata Fome, imenso e muito gostoso. Filé-mignon macio acebolado num pão crocante. Pra arrematar, molhinho de pimenta e chopp! Que dia maravilhoso!!! Voltamos cansadas, felizes e com metade de um Mata Fome na marmita. Café da manhã do outro dia estava garantido!

DIA 04

Segunda-feira começou de mansinho, com a mesma chuva de domingo, porém vários graus a menos. Gaúchas com medo do frio de SP, é mole?

Estendemos um pouco mais na preguiça. No meu roteiro, o dia seria de brunch na Padoca do Maní, mas como tínhamos comido pão na janta do dia anterior, decidimos mudar os planos. Os museus todos estavam fechados por ser segunda-feira. No Instagram, a @mariliasudbrack tinha me indicado conhecer o Jamie’s Italian, restaurante do Jaimes Oliver no Brasil. Eu e minha mãe meio que nos enrolamos, não sabíamos direito o que queríamos fazer, ela tava afim de voltar no Eataly pra almoçar lá… Aí acabamos decidindo ir na indicação da Marília.

Gente, que ambiente legal desse restaurante! Super descontraído, cool com aquele toque de fazendinha. Fomos super bem atendidas e a comida foi (de novo – de novo) foi uma fartura! Vale ressaltar que tomei a melhor caipirinha da minha vida no Jaime’s Italian (e que me deixou bem molinha, já que minha mãe não quis nem experimentar).

De entrada, eu pedi um carpaccio com molho mostarda, parmesão e rúcula e minha mãe foi de nachos italianos, que são bolinhos crocantes de quatro queijos com molho arrabbiata (apimentadinho). Muito bom! Como prato principal, já que estávamos com o desejo de comer massa não saciado pelo Eataly, pedimos italian steak acompanhado de penne pomodoro. Quase não demos conta de tanta comida, mas tava tão gostoso que valia cada garfada a mais. O meu bife poderia estar um pouco mais quente, mas de resto, estava tudo mt bom.

De sobremesa, eu comi um melhor brownie com sorvete da minha vida: com calda de chocolate, sorvete de caramelo com flor de sal & pipoca caramelada com amaretti e minha mãe foi mais comportada pedindo abacaxi & frozen yoghurt.

Nessas alturas vocês já devem estar imaginando que estávamos fugindo da balança, né? Mas cheguei a uma conclusão: ir à São Paulo e não comer bem é como ir pra Orlando e não ir nos parques da Disney! haha

Quando saímos do restaurante, levamos um susto do frio que estava lá fora. Confesso que fiquei com vontade voltar pro apartamento e ficar assistindo Sessão da Tarde de baixo das cobertas, mas havia muito a ver ainda!

Pegamos um Uber para o Beco do Batman e, naquela segunda-feira em especial, São Paulo estava simplesmente parada! Então aproveitamos o motorista super simpático e falante para ouvir suas histórias, saber um pouco mais sobre as ruas que passávamos, olhar a arquitetura e os grafites através da janela e também nos proteger do frio.

Chegamos no Beco, passamos pelos grafites, tiramos fotos… Tinha trabalhos bem legais, a boca pintada pelo guitarrista dos Rolling Stones, o Pelé Beijoqueiro entre outros. Depois, subimos a Rua Harmonia em direção a Tastemade Brasil. Encontramos outra galeria no caminho, a Democrart e fomos super bem recebidas pelo Max. Um artista que me chamou muito atenção foi o Rudi Sebastian, com fotografias com dupla exposição super vibrantes. Contei ao Max que fiz um trabalho analógico de dupla exposição, onde fotografei todo o filme na minha cidade do interior e depois fotografei por cima na cidade grande. Trabalho esse que foi exposto no Museu do DMAE em Porto Alegre em 2011. Certamente um dos melhores trabalhos da minha vida. Mas enfim, voltando a galeria, ela é bem semelhante ao que o pessoal da Urban Arts faz e tem artistas do mundo todo.

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Seguindo na rua, encontramos mais um painel do Kobra. Lindo demais! Sou apaixonada pelo trabalho dele desde que conheci em NY. Fizemos um break no Le Pain Quotidien. Pedi um chá gelado e minha mãe um capuccino e um mousse de chocolate com café. Apesar do ambiente bonito e agradável (sentamos na janela) achei o atendimento fraco e o banheiro tava bem sujo. A tarde já estava acabando e fomos rapidamente até a Tastemade Brasil. Como prestei serviço de edição de vídeo por um bom tempo pro pessoal da produtora, combinei de ir lá conhecer os estúdios.

Quem nos recebeu foi o Juliano, super querido, que mostrou pra gente os escritórios, ilha de edição, sala de reuniões etc. O design todo é muito lindo, super contemporâneo e tudo a ver com o que eles produzem para a internet. O estúdio é composto por duas cozinhas (uma mais rústica e outra escandinava) e a mini cozinha (amooooo), além de uma cozinha de apoio e uma ampla sala com luz natural, pra reuniões e eventos. Ali, reencontrei também o Greg, que já conhecia de quando eles estavam com base em Porto Alegre. Fiquei muito empolgada de ver a proporção que a Tastemade tomou, já que acompanho eles desde a época do Otávio (quando eu, minha irmã e uma amiga dela tínhamos um canal que fazia parte da network, o Merende Receitas).

Bom, bem passeadas pra uma segunda-feira, seguimos para descansar no apartamento.

DIA 04

Algumas coisas que planejávamos acabaram ficando de fora do roteiro real que fizemos. Mas acreditamos que, mais do que passar correndo em mil atrações turísticas, fazer cada uma no seu tempo é bem mais vantajoso. Aliás, roteirizar e deixar rolar também é uma ótima pedida.

Terça foi nosso último dia na cidade. Eu queria muito ir no MASP (que não tinha dado tempo no sábado onde estava programado), mas sabia que minha companheira de viagem gostaria de ir às compras. Como havíamos planejado de ir pra 25 de Março na terça antes de irmos embora, lá fomos nós! Mochilinha nas costas, tênis… o celular da minha mãe ficou em casa para segurança. hehe

Quando a gente viaja, a gente procura sempre ver o melhor lado do lugar que vamos visitar, né? Até então, estávamos circulando por bairros mais nobres e/ou descolados. Ir pra 25 e depois pro Brás nos mostrou uma São Paulo mais real e cheia de diferenças. Fizemos algumas comprinhas, batemos perna, almoçamos fast food e voltamos pro apartamento. No Uber, falamos um pouco com o motorista sobre o Dória e suas políticas, sobre os jardins verticais e grafite. Mas já era hora de fechar as malas.

Às vezes me peguei me achando boba por me emocionar tanto com uma cidade que, muitas vezes, as pessoas não sonham em conhecer. A verdade é que eu queria MUITO conhecer São Paulo e voltei mais apaixonada ainda. As pessoas, a comida, a arte, os cheiros e cores da cidade são inspiradores pra quem vai de coração aberto. Faltou conhecermos mais o centro e mais museus, mas espero que não falte oportunidades pra ir pra essa cidade incrível!

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As 11 coisas mais idiotas de um intercâmbio em Nova York

(esse post foi originalmente escrito para Movi+ do Grupo Sinos no ano de 2015)
1-Tudo é motivo de selfie. Tudo. Tudo MESMO. Cachorro-quente no estádio do Mets? Selfie com o cachorro-quente. Propaganda do Seinfeld no Subway? Selfie com o Jerry. Um copo do Starbucks? Selfie com a sereia verde. Até mesmo um Guaraná Antártica num restaurante brasileiro ganha uma selfie, como se fosse o primeiro da vida.
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2- Tu nunca sabe em qual idioma falar com os cachorros que encontra ou que vem interagir. Se o dono tá por perto fala em inglês, se não está, em português. Mas em qual ele entende?

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 3-Bah, uma coisa que demora para sair do meu vocabulário em conversas em inglês é o nosso gauchesco “bah”. “Bah, I’m freezing!”, “Bah, this is amayzing!”. Sim, é ridículo.
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4-Depois de alguns meses e aquela saudade batendo, coisas não habituais quando no Brasil começam a aparecer essenciais na rotina no exterior. Ivete Sangalo, Jorge e Mateus e Armandinho (que tu não escuta há mil anos) acabam entrando nas playlists até dos mais musicalmente refinados. Tu vai pro Brazillian Day cantar todas as músicas do Daniel, no Miss Favela tomar a caipirinha mais cara da vida e no Favela Grill matar a saudade da picanha suculenta e do pudim de leite (como se comesse pudim de leite quando tem em casa).

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5-Tu provavelmente vai ser a única pessoa a por Ketchup na pizza (ou nas panquecas com bacon, onde eles põe mel).
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6-Os pretzels das barraquinhas são decepcionantes. Secos e sem graça, só servem para uma foto fofa e é claro que tu vai comprar um para fazer uma!
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7-Não sei se por felicidade em excesso, ou por causa do barulho absurdo que as ruas de Nova Iorque tem, mas de vez em quando tu vai te pegar cantando relativamente alto pelas ruas e trens, como se tivesse de baixo do chuveiro de casa.
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8-Tu vai achar uma roupa que custa mais de 30 dólares uma roupa muito cara!
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9-As tuas fotos no Instagram vão ganhar o triplo de curtidas. Mesmo que tu apenas levante o celular e tire a foto de olhos fechados, ela vai ficar legal!
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10-Qualquer coisa banal que tu aprende a fazer tem um gosto especial: lavar roupa na lavanderia do bairro, fazer um strogonoff, usar o Subway sem errar nenhuma parada e dar informações na rua são emocionantes.
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11-Depois de um tempo, tu vai evitar ao máximo andar na Times Square. Turistas perdidos e que não sabem caminhar no ritmo nova-iorquino, restaurantes caros e os personagens que te atacam para tirar foto e depois pedem o valor de um carro popular em troca passam a ser irritantes (mesmo sabendo que é a a irritação mais agradável do mundo). E é só nesse momento que tu vai te sentir um verdadeiro morador de Nova Iorque!
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Entrevista sobre: NOVA YORK

(entrevista dada à jornalista Marina Mentz no ano de 2014, publicada no jornal NH)Captura de Tela 2017-11-01 às 11.49.05.png
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MM: Como foi a decisão de sair do Brasil? Pesou mais estudo, trabalho, cultura diferente..?
Eu: A primeira vez que fui atrás de informações sobre intercâmbio foi no fim do ensino médio. Esse era o meu primeiro plano pro ano seguinte ao da formatura. Só que na época eu tava com 17 anos… Primeiro: o intercâmbio pra menor de idade acaba sendo bem mais caro e, segundo: como eu queria viajar pros EUA, eu ia acabar me privando de festas e bons drinks por que aqui tu precisa ter 21 pra poder sair/beber. Acabei prestando vestibular pra Cinema na Unisinos e, como a faculdade é com turmas “fechadas”, acabei cursando os quatro anos corridos, até que, então formada, vim pra Nova Iorque. Agora, que já estou aqui há 5 meses, tenho duas impressões diferentes. Uma é que a bagagem cultural que se adquire aqui, além do aprimoramento da língua, seria bem útil durante a faculdade. Um exemplo tosquinho: já ter visto um quadro do Pollock no MoMA quando o professor de História da Arte falava sobre ele. Por outro lado, acho que vim mais madura, mais pronta pra encarar a saudade, encarar as diferentes situações que tu acaba te metendo, pra lidar com o dinheiro, enfim. Acho que já me perdi na resposta. Então, objetivamente: vim pra aprimorar o inglês, conhecer gente de culturas diferentes e amadurecer o máximo possível.

MM) Que idade tu tinhas quando viajou, quanto tempo ficou/está, destino da viagem?
Eu: Sai do Brasil com 21, fiz 22 aqui. New York. Fico ao total 6 meses. Estou só estudando.

MM) Cê trabalhou durante o intercâmbio? Em que? Como era/é?

Eu:  Nops. O visto de estudante nos Estados Unidos não permite trabalhar. Existem algumas formas de conciliar trabalho e estudo, como o programa de au pair, por exemplo. Mas aí é questão de pesquisar e fazer tudo certinho dentro da lei deles.

MM) E sobre as pessoas que conheceu?
Eu: Já vi muita gente falando que ama e odeia NY pq SEMPRE tem gente indo embora. Mas, claro, sempre tem gente chegando. A cada semana a minha escola recebe novos alunos. Conheço muita gente da França, da Turquia, do Kazakistan, da China, Coréia, México… É uma mistura muito bonita. Nos primeiros meses era engraçado pq minha turma era de um nível de inglês mais baixo, mas ainda assim nós saíamos juntos e passávamos horas nos comunicando com o inglês mais precário possível, porém com muita vontade de ouvir e falar com o outro. Já tenho várias viagens “marcadas” e outras tantas pessoas pra receber no Brasil.

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MM) Em momentos de lazer, o que o pessoal costumava fazer (bares, festas, parques…)?
Eu: Como peguei a temporada de primavera/verão, vivi em parques. Além do Central Park, perto da minha escola (e perto da Times Square) tem o Bryant Park, que é praticamente o jardim da Biblioteca Pública de NY. Desde sessão de filmes, até estudos pré provas… Se aproveita muito os parques por aqui! Lembro que a minha primeira impressão sobre os parques foi de total encanto, de como os parques são realmente usados pelas pessoas, pelos moradores; de como eles são importantes no dia a dia da cidade. Confesso que os clubs por aqui são meio decepcionantes a primeira vista. Falta um toque brasileiro na hora dessa gente fazer festa, mas deu pra conhecer rooftops bonitos pra tomar uns drinks e ver gente bonita.

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MM) Sexo, algo de diferente?
Eu: What do you mean? Haha Olha, eu vim pra cá namorando… O que foi meio inesperado, pq nunca imaginei que fosse fazer um intercâmbio namorando à distância. É bem complicado passar tanto tempo longe (não aconselho começar a namorar depois de já ter comprado a passagem hahaha). Acabamos decidindo por dar um tempo e conversar na minha volta (olha como tu vai por isso heim dona Marina haha). Mas o que eu percebi dos americanos: eles adoram as mulheres brasileiras e são bem diferentes em relação aos homens brasileiros. Digamos que os americanos, de modo geral, são mais “polite”.

MM) Gostaria que me contasse uma história de algo inusitado que tenha acontecido, sei lá, se casou, começou a namorar, sofreu algum acidente, ganhou um prêmio…
Eu: Acho que a coisa mais inusitada da minha viagem foi não ter nada de inusitado (tipo aqueles perrengues bizarros de marinheiro de primeira viagem). Tipo, fiz uma ótima viagem; mesmo com o meu inglês meia boca eu achei minha casa, achei minha escola; me adaptei muuuuuito rapidamente, nunca tive nenhum problema… Haha Um pequeno fato engraçado é que fui plateia do programa “Who Wants to Be a Millionaire” e o apresentador era o Terry Crews (o pai do Chris do “Todo Mundo Odeia o Cris”). Passei o dia congelando nos estúdios do programa, batendo palma e vendo o Terry Crews rebolar antes de começar as gravações. hehe Foi engraçado, mas não faria de novo. Falando em gente “famosa”, tirei foto com a dupla Alex and Sierra, vencedores do X Factor 2013 (um dos poucos que eu super acompanhei).

Teve uma vez que um fotógrafo e uma jornalista da Marie Claire pediram para fotografar meu look. Eu estava na frente do Lincoln Center olhando a movimentação do New York Fashion Week com a minha amiga Andréia, quando os dois vieram perguntando (em inglês) se poderiam me fotografar. Aí descobrimos que os dois eram brasileiros e estavam cobrindo o NYFW para a revista brasileira. Outra coisa inusitada, é que, contrariando a regra (pelo menos é o que TODO MUNDO me fala), eu emagreci! haha Eu amo a comida dessa cidade, os buffets de salada são sensacionais! E, quando o dinheiro tá mais curto, os wraps do McDonald’s são um ótimo almoço “saudável” (mesmo que eu sempre pegue o crispy chicken.
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Road Trip

(esse post foi originalmente escrito para Movi+ do Grupo Sinos no ano de 2015)

Segundo o Google Maps, 933km separam a minha casa da cidade de Foz do Iguaçú. Via BR-470, de carro, são previstas nada menos do que 13 horas de viagem até a cidade do Paraná. Encara essa? Pois minha família e eu encaramos essa road trip divertidíssima e eu juntei algumas histórias, dicas e impressões sobre a viagem. Nesse post vou falar sobre os dois primeiros dias e, no próximo, os três últimos.

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Saímos de madrugada de casa, pelas 3h da manhã, e subimos a serra para encontrar os outros companheiros de viagem. No total, ficamos mais de 15 horas entre o ponto de saída e o de chegada. No kit básico de sobrevivência nessas condições, estão:

– confiança no motorista;

– boa companhia para cantar músicas de excursão de colégio e fazer joguinhos tipo C ou S;

– pen drive com músicas;

– paciência;

– travesseiros para ficar mais confortável e dormir melhor;

– chimarrão, chocolates, bolachas, salgadinhos (o que melhor para passar o tempo do que comer?);

– lenços umedecidos, álcool gel, papel higiênico e um pano de prato (sempre tem alguém para derramar chimarrão no banco do carro).

A viagem foi muito tranquila até cerca da metade do caminho, quando decidimos pegar um “atalho”. Fomos parar no meio de plantações, numa estrada estreita de areia vermelha que nos obrigava a andar a 20km/h. No primeiro caminhão que passou por nós na direção contrária, parecia que tínhamos entrado numa nuvem vermelha! No meio do caminho, decidimos parar para conversar com o pessoal do outro carro e, quando todos viram que ao fundo vinha dois caminhões, foi uma correria para dentro dos carros para ninguém comer poeira. A estrada jogava a gente de um lado para outro, ultrapassamos algumas máquinas de agricultura e o carro ficou completamente sujo de poeira vermelha . Resultado? Rimos muito! Apesar do perregue, aqueles 6km foram os mais engraçados na ida ao Paraná.

Às 18h de quarta-feira, encontramos um hotelzinho barato chamado Foz Brazillian. Como a viagem não era para descanso e o que menos queríamos era ficar no hotel, fechamos cinco quartos para as dez pessoas da trupe. Ele é um hotel realmente muito simples, mas bem perto de tudo e o café da manhã era uma delícia.

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Nessa primeira noite, conhecemos o centro de Foz. Numa rua que lembra um pouco a Padre Chagas, a escolha foi jantar e tomar uns chopes no Rafain Chopp. Nossa primeira experiência gastronômica na cidade já ditou o que seriam as próximas: um tanto problemáticas. A verdade é que não comemos bem na grande maioria dos lugares. Dessa vez, pedimos pizzas a la carte e, além de frias, estavam salgadas demais e a massa não era das melhores. Em compensação, a bebida estava gelada e o ambiente era muito bonito, amplo, com música ao vivo e com telões passando futebol (que muito me lembraram os bares dos EUA). Estendemos um pouco a conversa e depois fomos para o hotel descansar.

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Foz do Iguaçú é colada na paraguaia Ciudad Del Este, que é destino de vários brasileiros. O motivo? Ela é a terceira maior zona franca de comércio do mundo! Para ir para lá e fazer as compras com segurança, o ideal é contratar uma van. Os hotéis tem contatos com empresas que fazem especialmente esse trajeto e ainda dispõem de guias lá na cidade para dar algumas dicas e orientações. Outra opção é ir até perto da ponte e entrar no país de táxi. Não é indicado entrar com o próprio carro e, muito menos, fazer a travessia a pé.

Bom, atravessando a Ponte da Amizade, que junta os dois países, chegamos numa cidade com duas realidades completamente conflitantes. Se, de um lado da porta tu encontra batons Yves Saint Laurent, esmaltes da Dior e perfumes Dolce & Gabanna, do outro há motos enlouquecidas andando sem nenhuma regra, ruas sujas e  trânsito caótico. É tanta informação, produtos, lojas e barracas de rua que o ideal é ter bastante foco. Outra coisa que me chamou bastante atenção foi a quantidade de enormes prédios não terminados e os carros antigos pelas ruas.

Apesar da fama do Paraguai ter produtos muito baratos e falsificados, há várias boas lojas com importados (roupas, cosméticos, eletrônicos). Se a intenção é comprar com segurança, vale a pena conhecer a Monalisa, o Shopping Del Este, a Terra Nova e a Bariloche. Mas não deixe de dar uma olhada nos moletons, edredons, toalhas de mesa e camisetas das barraquinhas. Há produtos bem interessantes por ótimos preços.

Aproveitei que a região de Foz é muito marcada pela imigração árabe e pedi no almoço um beirute mara no Shopping Del Este. É fácil encontrar mulheres de hidjab (o véu que cobre o cabelo e o pescoço) e lojas especializadas em Foz. A mistura cultural é realmente incrível na cidade e é facilmente reconhecida por quem passa por lá. Há a proximidade com a Argentina e o Paraguai quem também influencia essa mistura (visitamos a Tríplice Fronteira no quarto dia e vou escrever mais sobre ela no próximo post). A cidade também abriga o segundo maior templo budista da América Latina (que não cheguei a conhecer).

Gente, é cansativo bater perna e fugir das motos enlouquecidas, mas o dia no Paraguai foi ótimo! Se comparado com outros lugares mais conhecidos pelos turistas e compradores gaúchos, tipo Rivera, lá é bem mais bagunçado. Mas, além de ser mais barato, penso que a viagem recompensa pelas atrações que Foz proporciona.

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De volta ao Brasil e pra fechar o dia, decidimos jantar numa churrascaria. Apesar do lugar e da comida decepcionantes, o garçom involuntariamente trouxe duas latinhas de refrigerante muito especiais para a mesa. Eu ganhei a lata que estava escrito Bruno, nome do meu namorado, e a outra latinha da mesa veio com o nome Otávio, que é o nome do baby que está na barriga da minha prima e companheira da viagem.

Mas a viagem reservava surpresas ainda melhores do que batons da Mac por 16 dólares!

Foz do Iguaçú abriga uma das Sete Maravilhas da Natureza: as Cataratas do Iguaçú, um lugar que todo o brasileiro deveria ver com os próprios olhos pelo menos uma vez na vida! Mesmo depois de ver fotos e vídeos do lugar, é assustadoramente incrível ter essa experiência de verdade.

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Sexta-feira pós-Paraguai, acordamos no nosso hotelzinho Brazilian Foz e, como a meteorologia previa, estava chovendo muito! Enquanto meu pai e meu tio visitavam o CEASA iguaçuense (passeio tradicional a cada nova cidade devido a seu trabalho), tomamos café da manhã desanimados com o clima lá fora. Mas, com a bênção dos santos protetores de turistas, a chuva deu trégua e juntamos todo mundo para ir conhecer as Cataratas.

Dessa vez fomos com os nossos carros, num percurso de cerca de 30 minutos. É bem perto do centro da cidade e a estrutura do lugar é de primeiro mundo! Há um grande estacionamento (R$ 19,00 por veículo) e um saguão temático, amplo e bonito, que lembra um pouco aquela entrada que tem no Beto Carreiro World (menos extravagante, mais clássica). Nele, tem os guichês com a venda de ingressos e passeios especiais, além de uma loja enorme e a estação de ônibus que leva os visitantes até as trilhas. Os valores dos tickets são R$ 31,30 para adultos e R$ 8,00 para crianças. Já os passeios de barco, que levam até de baixo das quedas d’água tem um valor bem maior, cerca de R$ 120,00.

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Dentro do bus se ouvia outros idiomas misturados ao português, não só das pessoas conversando, mas também através do sistema de som que sempre dava as informações em português e inglês, já mostrando que encontraríamos muitos gringos pelo caminho. A cidade foi, entre 2006 e 2008, o segundo destino mais visitado por turistas estrangeiros no Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. Além disso, coleciona prêmios do Ministério do Turismo e já foi selecionado por veículos especializados em várias importantes categorias, tipo o Melhor Destino Estrangeiro para o Reino Unido, por exemplo.

Descemos do ônibus e logo no primeiro mirante nos impressionamos com as Cataratas lá longe. Mal sabíamos que, a cada parada, a visita iria melhorando cada vez mais. No percurso encontramos borboletas simpáticas, que pousam na mão, bichinhos queridos e gordos, que roubam comida, uma mãe carregando o carrinho com seu bebê pelas trilhas e escadas, uma senhora bem velhinha numa cadeira de rodas… Enfim, todo o caminho foi de encantamento.

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O frenesi do passeio é quando damos de cara com uma queda d’água gigante a poucos metros de distância. O acesso de ferro sob o rio, onde todos se molham da cabeça aos pés, te deixa no meio desse vulcão aquático. É água por todos os lados, quedas d’água gigantes bem de baixo dos teus pés e uma energia inexplicável. São 360 graus de beleza estonteante! É de lavar a alma (e os cabelos, a roupa, os tênis… tudo sai molhado)!

Ficamos nesse passeio cerca de três horas, que é o tempo de caminhar do ponto mais distante até o mais próximo da água e ir parando nos mirantes. O tempo que levamos admirando as cascatas bem de perto se perderam entre fotos, comentários maravilhados e palhaçadas com o bastão de selfie.

 

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Já extasiados e felizes, saímos do Parque loucos por um almoço reforçado. Na ida para o estacionamento, fomos parados por um simpático homem que ofereceu um almoço ali perto. Pareceu uma boa ideia, já que, na parte da tarde, o plano era conhecer o Parque das Aves, que fica exatamente em frente ao Parque das Cataratas. Para não precisarmos trocar de estacionamento, ele ofereceu um transporte até o restaurante. Fechamos com ele e estávamos esperando uma van ou algo do tipo, quando aparece um Ka sendo dirigido por um homem bem grande. Para poupar viagem, foram duas levas de 6 pessoas esmagadas dentro do carrinho. Aquele tipo de indiada que só faz a viagem ficar mais engraçada. Enquanto esperávamos o carro para a segunda viagem até o restaurante, o homenzinho simpático nos mostrou, com orgulho, uma foto abraçado ao Jackie Chan, quando o ator chinês veio ao Brasil visitar as Cataratas. Depois, lá fomos nós empilhados dentro do carro até o restaurante, que mais era uma casa de campo antiga, com fogão a lenha e algumas redes espalhadas. Comida caseira boa, barata e bem simples. Não sei nem se o lugar tem nome, mas, saindo do Parque, provavelmente o amigo do Jackie Chan vai te encontrar e oferecer o serviço completo de almoço + passeio esmagado no Kazinho.

 

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Depois do almoço fomos no Parque das Aves, onde eu me senti no Jurassic Park! São vários viveiros gigantes em meio a Mata Atlântica preservada, cheios de araras, tucanos, papagaios, corujas e outros pássaros, além de algumas cobras, jacarés e um borboletário. É impressionante o trabalho de preservação, recuperação de animais e cuidados especiais que fazem lá. Em um dos viveiros, cheios de araras enormes, fomos pegos de surpresa com voos que quase alcançaram as nossas cabeças. Os mais medrosos da turma foram saindo de fininho, enquanto os outros curtiam os rasantes e os sons dessas aves maravilhosas.

Mais pro fim do percurso, mais precisamente quando fomos entrar no borboletário, a chuva começou a dar sinal de que estava voltando e não deu outra: tivemos que terminar a visita no Parque um pouco às pressas. O legal é que, se o passeio foi interrompido pela chuva e tu realmente deixou de aproveitar, eles devolvem o ingresso e tu pode voltar no outro dia.

Compramos alguns souvenirs na lojinha e partimos para o hotel. Foi um dia maravilhoso num passeio recomendadíssimo para todos os brasileiros! Tenho certeza que qualquer um que conhece esse cantinho do Brasil sai amando mais a natureza e, por consequência, a preservando mais.

 

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Nessa noite, jantamos num restaurante do Iguassu Boulevard. Fomos muito bem servidos, apesar do cantor ao vivo ser mais um comediante do que de fato um cantor. No fim meu tio até comprou um CD do cara, para pavor da minha tia com a trilha sonora do carro na volta pro hotel.

No sábado acordamos com tranquilidade e, pelo fato da Usina de Itaipú estar com as comportas fechadas (ou seja, sem queda d’água), decidimos ir em direção a Argentina. Na metade do caminho, paramos no Marco das Três Fronteiras, onde o Rio Iguaçú e o Rio Paraná juntam Paraguai, Argentina e Brasil. Do mirante, vemos os monumentos dos outros países e tiramos foto com o brasileiro verde e amarelo. A estrutura do lugar é bem simples e a parada não durou mais do que vinte minutos. Encontramos apenas um grupo de três pessoas, que incluía um mulher divertidíssima que falava pelos cotovelos. Ela disse que o hotel oferece esse passeio a um custo bem alto, e que eles decidiram pegar um ônibus urbano que deixava próximo dali. O fato é que não vale a pena pagar pelo passeio por que não é exatamente um atrativo grandioso. Como fomos de carro e era caminho para a Argentina foi massa, mas não precisa se preocupar muito em conhecer o lugar se isso for um pouco mais difícil.

 

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Seguimos para o Duty Free Shop Argentina, um enorme e lindo shopping recheado de marcas incríveis. Os produtos de lá são mais caros do que no Paraguai, porém a variedade e a segurança na hora da compra podem agradar aos mais exigentes. Cada ambiente leva o tema de um país diferente e, bem no meio do shopping, um maravilhoso restaurante une tudo. A única coisa triste é que não é permitido tirar foto e as bolsas ficam dentro de uma sacola trancada até que tu chega no caixa. Meio chato, né? Depois disso, iríamos na famosa Feirinha da Argentina, mas o tempo começou a fechar de novo e voltamos para o hotel.

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Domingo foi dia de fechar as malas e partir. Cinco dias bem intensos e cheios de diversidade de atrações, indo da mais pura natureza ao encanto das compras, fizeram dessa Road Trip uma viagem inesquecível. Voltamos felizes com novas descobertas, novos conhecimentos, novos lugares e certos de que o Brasil deve ser visto e conhecido por todos nós. Apenas um cantinho do nosso enorme país já nos fez orgulhosos da beleza da nossa terra.

Quinze horas depois, estávamos em casa. E nada melhor que, depois de todas essas experiências, deitar na própria cama.

 

NYC: bares baratinhos

Passar uma temporada de alguns meses em Nova York e morar na mesma cidade que Madonna, Woody Allen e Robert de Niro é muito glamouroso, né? De fato, respirar os ares nova-iorquinos todos os dias é inspirador, porém… tudo tem seu preço. O mundo inteiro quer morar lá, Manhattan está longe de ser uma grande ilha e, nós brasileiros, ainda sofremos com a diferença entre o real e o dólar.

Mas sempre há um bar sujinho e barato pra salvar e aproveitar com os amigos naquelas semanas em que o bolso (ou o money card) está mais vazio. Afinal, cerveja barata, música boa e alguns junk foods de graça são super bem vindos em qualquer lugar do mundo. Listei três lugares que valem a pena ir e que não vão fazer com que tu tenha que comer só cachorro quente da carrocinha o resto do mês. Só não vale não dar gorjeta, heim?

Alligator Lounge
600 Metropolitan Ave, Brooklyn

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O Alligator fica em Williamsburg, um dos bairros mais cool do Brooklyn. O mais legal (pro bolso) é que, a cada cerveja comprada, o garçom te dá uma ficha que vale uma pizza deliciosa assada em forno a lenha, ou seja, nada de gastar com janta antes de ir no bar! O pizzaiolo é super simpático e os garçons fazem jus a fama que Nova York tem (caras de vários lugares do mundo que estão de passagem e geralmente são muy belos). Quando fui, sai de casa preparada pra cantar a noite inteira no karaokê mas, chegando lá, descobrimos que só rolava nas sextas-feiras. Em compensação, jogamos sinuca, usamos a cabine de foto instantânea e aproveitamos a velha máquina de skeeball.

Rudy’s Bar
627 9th Avenue, Manhattan

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O Rudy’s é bem pertinho da Times Square, ao sul da 9ª avenida que é cheia de brestaurantes. Se estiver procurado e ficar na dúvida entre eles, procure o porco! É que na frente do bar tem um porco de plástico de um metro e meio, vestido com um colete vermelho. Vale pela excentricidade. Lá dentro o público é bem variado, indo de velhos nova-iorquinos a viajantes aventureiros. O fato é que a cerveja é muito barata e a cada copo, tu ganha o direito de degustar um hot dog de graça. Cerveja, comida e novos amigos são garantidos dentro do bar mais fedido de Hell’s Kitchen.

Doc Holliday’s
141 Avenue A, Manhattan

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Estávamos no East Village procurando algum lugar barato para beber e acabamos entrando no que, certamente, foi um dos melhores lugares que fui no tempo todo que morei em Nova York. O Doc Holliday’s fez eu me sentir num Estados Unidos das jaquetas de couro e dos motoqueiros de Harley Davidson. Além do grande balcão de madeira, da sinuca e da meia luz, o juck box aumenta ainda mais a experiência de bar tipicamente americano tocando clássicos de southern rock. Entre baldes de cerveja barata e moços (jovens!) com botas de couwboy, cantamos Sweet Home Alabama como se não houvesse amanhã.

Bom, me apoderando da música da Iggy Azalea, só que ao contrário, “I’m NOT so fancy, you already know”. Mas dá pra beber e se divertir com pouco em uma das cidades mais caras e ricas do mundo. Aliás, até balada rica e cara dá pra fazer com pouquíssimos dólares. Mas isso fica para o próximo post!